terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

LIVRAI-ME

Livrai-me da má querência 
Bem querência mal querida 
Felicidade enrustida 
De saber sem sapiência 
Livrai-me dessa decência 
Que torna tudo indecente 
Ser ser – humano, ser gente 
Serpentes racionais 
De venenos raciais 
Fere princípio, a mente 

Livrai-me da educação 
Que pode me deixar mudo 
Sem poder falar de tudo 
Que penso de coração 
Livrai-me dessa canção 
De letras infectadas 
Sem idéias, descartadas 
Corrompendo as culturas 
Criadas por criaturas 
Estultas e sem noção 

Livrai-me do abatimento 
De tornar-me ultrapassado 
De tudo por mim criado 
Cair no esquecimento 
Livrai-me do julgamento 
Desses falsos julgadores 
Que são todos detentores 
Da mais pura hipocrisia 
De toda esta fantasia 
Que faz de todos senhores 

Livrai-me da falsidade 
Que domina este mundo 
Pois este é um mal profundo 
Que corrompe a humanidade 
Livrai-me da liberdade 
Que nos torna prisioneiros 
E que nossos cativeiros 
É todo esse sistema 
Onde o principal esquema 
É nos tornar forasteiros.

                                                                     Junior Fernandes

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